terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os desafios do envelhecimento e da longevidade


A população mundial envelheceu e a esperança de vida aumentou consideravelmente nos últimos anos. Esta é uma realidade comentada por diversos pesquisadores. Os efeitos deste fenómeno são visíveis na nossa sociedade e abrange todas a classes sociais. Tornou-se obrigatório criar e desenvolver meios para proporcionar aos idosos melhor qualidade de vida e um modelo de envelhecimento onde sejam garantidas condições de integração social e que potencie um envelhecimento saudável em todos os seus aspectos.

Aken (2009) classifica o aumento da esperança de vida nos últimos 150 anos como uma “linha recta dirigida para cima”. Em todos os países do mundo nota-se um aumento considerável da população idosa e por isso surgem novos desafios.

As alterações estruturais nos modelos familiares e no nosso modo de vida, como a emancipação da mulher na sociedade moderna, tornam muitas vezes impossível uma atenção directa e um acompanhamento personalizado aos idosos em família. Para dar resposta a algumas das necessidades das famílias, surgiram assim respostas sociais como os Centros de Dia e Centros de Convívio para apoiar a manutenção do idoso no seu quadro habitual de vida e suprir algumas das suas necessidades.

Para Fischer (2002) “a interacção é um processo de aprendizagem social valorizado como um modo positivo de comunicação”. Paúl, Fonseca et al (2005) afirmam que “para além da entreajuda, essencial à sobrevivência, a existência de relações sociais significativas é considerada como protectora da saúde mental dos indivíduos”. Os centros de Convívio para idosos constituem uma resposta social existente nas comunidades, que procuram contrariar o isolamento, a inactividade e o sedentarismo no novo ciclo de vida que se abre ao ser humano com a passagem à idade de reforma. Estes centros promovem e dinamizam actividades de convívio e animação socioculturais com a participação activa dos idosos, tendo por objectivos:

• Prevenir a solidão e o isolamento;
• Incentivar a participação e potenciar a inclusão social;
• Fomentar as relações interpessoais e inter-geracionais;
• Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização.

Desta forma é garantido um suporte para um envelhecimento saudável. Embora se reconheça que nem todos os gerontes valorizem ou aspirem integrar um Centro de Convívio para Idosos, por não quererem ver-se entre outros idosos.

Contudo, pergunda-se até que ponto o convívio num grupo poderá contribuir para o desenvolvimento social e o equilíbrio emocional do geronte? Será esta a melhor solução?