segunda-feira, 23 de julho de 2012

O Novo Conceito de Envelhecimento


Por Luciano da Silva e Margarrida Monteiro

No âmbito do reconhecimento do novo paradigma da velhice, sendo uma realidade nos dias atuais e que continuará a ser cada vez mais nos anos vindouros, Osório e Pinto (2007 p:216) apresentam o quadro comparativo do idoso do passado com o idoso de hoje e do futuro, como segue:  

O paradigma do envelhecimento produtivo na prática gerontológica
Perspetiva tradicional
Perspetiva do envelhecimento produtivo
Nihilista
Esperançoso
Deterioração
Crescimento e desenvolvimento
Incapacidade
Saúde e bem-estar
Institucionalização e dependência
Autonomia, independência e interdependência
Forte resistência à mudança
Ajustamento à mudança
Incapaz de aprender
Estimulação intelectual
Preparação para a morte
Desfrutar o dia-a-dia
Vulnerabilidade/passividade
Empowerment
Qualidade de vida (uma dimensão)
Qualidade de vida (multidimensional)
Desapego social
Envolvimento social
Isolamento comunitário
Integração comunitária
Negação e evitamento de desafios
Enfrentar desafios
Necessidades, défices, perda de oportunidades
Força, habilidades, desejos, oportunidades
O passado e o que este poderia ter sido
O futuro e o que ele ainda poderá representar
O microambiente
O macro ambiente
Comportamentos “apropriados à idade”
Comportamentos neutrais para a idade
Uso de um stock terapêutico
Melhoria terapêutica
Estilo de vida sedentária
Ativismo e atividade
Receber
Dar, prestar voluntariado, trocar











A sociedade está em mudança e, como aborda Aken (2009), a esperança de vida mudou consideravelmente em todo o mundo. Isto inclui não somente os países desenvolvidos como também os países mais pobres. Esse crescimento da esperança de vida aumenta a taxa da população com idade superior a 65 anos, mostrando que essa realidade está longe de ser invertida como sugere Aken (2009). Nesse sentido, a Gerontologia Social deve fomentar meios para que os idosos estejam capacitados a adaptarem-se ao novo conceito de um envelhecimento focado no bem-estar consigo próprio, com o micro e macro ambiente social. Para tal torna-se evidente a necessidade emergente de trabalhar na promoção da educação dos mais velhos a fim de equipa-los com uma educação transversal e transdisciplinar.

Para Paul (2002, p:29) “para envelhecer com qualidade é preciso ser criativo, responder às pressões mobilizando a sabedoria e o relativismo que a experiência ensinou, alterando as prioridades e os percursos, numa luta interna com o corpo e externa com a sociedade”. Esse conceito é uma nítida expressão sucinta daquilo que foi apresentado na tabela de Osório e Pinto. 

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