quarta-feira, 24 de julho de 2013

Lidar com a Depressão no Idoso

Por Ana Costa
A depressão pode atingir cerca de 20% da população (com tendência para aumentar), representando a primeira causa de incapacidade nos países desenvolvidos no âmbito global das doenças psiquiátricas. Em conjunto com a esquizofrenia, a depressão é responsável por 60% dos suicídios em Portugal (Minist da Saúde, 2004).
A depressão, acompanhada de abrandamento psicomotor e perda de motivação, pode surgir em qualquer idade. Não é mais frequente nos idosos do que nos adultos. Do mesmo modo que as outras perturbações emotivas, a depressão é uma doença, e não uma manifestação de envelhecimento.”

A chave para um diagnóstico e intervenção efectiva na depressão geriátrica talvez esteja, por um lado, na manutenção de um elevado índice de suspeição e, por outro lado, em dar uma especial atenção à incapacidade funcional e às questões relacionadas com a qualidade de vida provocadas por uma depressão nesta idade.

Fonte: Envelhecer em Portugal

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Cuidados Paliativos

Por Estela Landeiro
O facto de se viver mais tempo não implicou, que se passasse a morrer melhor. A luta incansável pela  busca da cura, levou de algum modo a uma cultura de negação da morte, de triunfalismo heróico sobre a mesma, de ilusão de pleno controlo sobre a doença. Hoje, em pleno século XXI, e com todos os progressos da medicina, a morte continua a ser uma certeza para cada ser humano.
Assim, em 1968 surge o primeiro movimento dos cuidados paliativos em Inglaterra com Cicely Saunders e um pouco mais tarde nos EUA com Kluber-Ross. Em 2002, a OMS – Organização Mundial de Saúde,5  definiu os cuidados paliativos como uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alivio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais. Já o Plano Nacional de Cuidados Paliativos,19 ressalta alguns aspetos:
  • Os cuidados paliativos afirmam a vida e aceitam a morte como um processo natural, pelo que não pretendemos provocá-la ou atrasá-la, através da eutanásia ou de uma obstinação terapêutica desadequada;
  •  Os cuidados paliativos têm como objetivo central o bem-estar e a qualidade de vida do doente;
  •  Os cuidados paliativos promovem uma abordagem global e holística do sofrimento dos doentes, trabalhando em equipas multidisciplinares;  Os cuidados paliativos são oferecidos com base
  • nas necessidades e não apenas no prognóstico ou no diagnóstico, pelo que podem ser introduzidos nas fases mais precoces da doença;
  •  Os cuidados paliativos, tendo a preocupação de abranger as necessidades das famílias e cuidadores, prolongam-se pelo período de luto;
  •  Os cuidados paliativos pretendem ser uma intervenção rigorosa no âmbito dos cuidados de
  • saúde, não devendo existir à margem do mesmo.
Desta forma, em cuidados paliativos, consideramos como fulcrais as seguintes áreas: controlo de sintomas, comunicação adequada, apoio à família e a comunicação e trabalho em equipa.

Fonte: Revista Patient Care Julho de 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Caminho do Reconhecimento da Gerontologia pelo Governo Português

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Resolução da Assembleia da República n.º 92/2013

Recomenda ao Governo a regulamentação das profissões de podologista, gerontólogo e optometrista. A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, considerando que a podologia, a gerontologia e a optometria respondem à promoção de cuidados de saúde, ao envelhecimento ativo e a cuidados primários de saúde visual, recomendar ao Governo que regulamente o exercício das profissões de podologista, gerontólogo e optometrista no prazo de seis meses.
Aprovada em 31 de maio de 2013.
A Presidente da Assembleia da República, Maria da
Assunção A. Esteves

domingo, 14 de julho de 2013

Paratonia

Entende-se como Paratonia o distúrbio que aparece no tónus muscular provocando uma debilidade motora distinguindo-se principalmente pela ausência da capacidade de relaxamento dos músculos. Para Hobbelen (2006 pag 56) a paratonia “é um problema motor que aparece em indivíduos com demência”. Também é apresentada como “resistência a movimentos passivos”. A paratonia afeta drasticamente os movimentos do indivíduo, impossibilitando a locomoção segura. Esta patologia é provocada pela degeneração cerebral, podendo ocorrer tanto em adultos como em crianças. Tantos os movimentos de práxia globais como de práxia fina ficam severamente comprometidos. “As paratonias são observadas quer nos membros superiores, quer nos membros inferiores, através de mobilizações passivas e de quedas” Fonseca (2007 pag. 148). 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Criar laços nas relações sociais

Resultado de imagem para empatiaPara que as relações sociais sejam positivas e produtivas é necessários criar laços de afectividade e empatia. Gosto do conceito de Rogers (1979, p 53)  quando enfoca que a empatia "significa penetrar no mundo perceptual do outro e sentir-se totalmente à vontade dentro dele”.  Comentando sobre a relação como uma expressão do laço social, Fischer (2002, p 42) escreve que " a própria noção de laço caracteriza simultaneamente uma maneira de ser humano e as modalidades de expressão que a acompanham, no sentido em que cada um está mergulhado num contexto, inserido num campo social que, de uma maneira ou doutra, o instala numa rede de trocas. Em seu livro, como fazer as pessoas a gostar de si, Boothman (2008, p 23) entende como essencial a necessidade de criar ligações fortes ao afirmar que " uma comunidade ligada disponibiliza aos seus membros força e segurança. No conceito de gerontologia é esta a força que poderá fazer dos idosos, uma das partes mais fragilizadas da sociedade, numa exército que transformarão atitudes! Creio que os idosos poderão mudar o mundo de hoje e preparar um mundo melhor para os idosos de amanhã. 

I Congresso Ibero-Americano sobre Cuidadores Informais de Pessoas Idosas

Mais informação na Agenda Gerontológica deste Blog

terça-feira, 9 de julho de 2013

O segredo da eficácia para o Cuidador Formal e Informal

Os equipamentos de suporte social somente alcançam os seus objectivos quando a mensagem ou a comunicação transmitida atinge o seu o elemento alvo e o agente receptor assimila o gesto. Desta forma o grande objectivo do agente emissor é quebrar a armadura em que o idoso se esconde. Boothman (2008) fala dos quatro elementos essenciais para fortalecer a sintonia do suporte social para a pessoa idosa: “abrir – olhos nos olhos – irradiar – aperto de mão ”. Para este autor “a primeira parte do acolhimento deve ser abrir a nossa atitude e o nosso corpo”. Esta abertura está relacionada com a nossa aceitação incondicional do outro, independentemente da sua cultura, estatuto social, crenças, raça, estilo de vida e outros. Implica também a atitude positiva e “uma linguagem corporal” adequada a fim de mostrar disponibilidade e aceitação. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Vegetarianos vivem mais tempo

Fonte: Diário de Notícias 07/Junho/2013 
Resultado de imagem para vegetarianosOs vegetarianos vivem mais tempo do que as pessoas que consomem principalmente carne, de acordo com um estudo divulgado na mais recente edição pela Revista de Medicina Interna da Associação Médica Americana. O estudo incidiu sobre mais de 73 mil adeptos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que se prolongou por quase seis anos, sendo que esta denominação religiosa advoga a prática de uma dieta onde a carne praticamente não tem lugar, ainda que nem todos os seus fiéis a pratiquem de forma continuada. O estudo seguiu quer os vegetarianos quer os restantes para determinar quantos elementos de cada um dos grupos viria a morrer durante o período em causa.
De acordo com a investigação da Associação Médica Americana, os vegetarianos tiveram menos 12% de mortos ao longo dos quase seis anos abrangidos pelo estudo. Os vegetarianos sofrem ainda de menos problemas de coração do que os consumidores habituais de carne, cerca de 19% menos.
Problemas de rins e a diabetes também efectuam em menor grau os praticantes de uma dieta vegetariana.
A diferença de dieta reflectiu-se de forma mais evidente nos elementos do sexo masculino do que no feminino, e não está associada ao valor das calorias ingeridas.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Intervenção Pro-activa no Envelhecimento

Por Schneider RH, Marcolin D, Dalacorte RR
A partir da terceira década de vida, o desempenho funcional dos indivíduos declina progressivamente, devido ao processo fisiológico do envelhecimento. Muitas vezes, limitações funcionais apresentam maior repercussão na vida diária de um idoso do que as doenças crónicas. Diagnosticar e tratar as comodidades
peculiares produz benefícios em qualquer faixa etária, principalmente em idosos. Isso inclui detectar, o mais precocemente possível, deficiências visuais e auditivas, disfunção de membros superiores e inferiores com aumento do risco de quedas, sintomas depressivos, incontinência urinária, deficits cognitivos e prejuízos nas actividades instrumentais e básicas da vida diária. 

Fonte: Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 4-9, jan./mar. 2008

terça-feira, 2 de julho de 2013

Abuso e Negligência contra o Idoso

Por Célia Afonso Alves

O abuso e negligência do idoso é um fenómeno mais recente que outros tipos de abuso, como o dirigido à mulher ou a crianças, sendo reconhecido como problema médico e social há apenas três décadas.

Trata-se de um problema sub-diagnosticado e sub-notificado.
O abuso pode existir sob várias formas: físico, psicológico, emocional, sexual, financeiro ou sob forma de negligência. Estudos publicados estimam a prevalência do abuso de idosos entre 1 e 5 %.
Factores de risco para abuso do idoso incluem dependência, incapacidade mental ou física, perda de
laços familiares, cultura de violência familiar, fracos recursos económicos, escassez de suporte na comunidade, bem como más condições de trabalho e reduzido ordenado nas instituições. Factores que contribuem para o sub-diagnóstico e para a sub-notificação do abuso de idosos incluem negação, quer da vítima, quer do perpetrador, relutância dos médicos em sinalizar as vítimas, falta de confiança nos recursos médicos e sociais e escasso conhecimento dos médicos acerca dos sinais de alarme. Os resultados do abuso de idosos são devastadores, podendo incluir fracturas, depressão, demência, má-nutrição e morte. Os médicos em Cuidados de Saúde Primários encontram-se em posição privilegiada para prevenção e detecção de abuso e negligência, bem como intervenção e tratamento das vítimas.